sexta-feira, 19 de julho de 2013

O mito da superioridade da amizade masculina

Uma das vantagens deste blog é que ele não é corporativista. Ou seja, tenho liberdade para criticar tanto os homens quanto as mulheres. Existe uma tendência masculinista que é a aprovação geral e imediata de tudo o que se é masculino. O homem tem que defender o homem a qualquer custo, e se não fizer ele é feminista. Isso é um grande equívoco. Há muitas coisas nos comportamentos dos homens que são estúpidas, ridículas e desnecessárias, jamais omitirei esta culpa. Entretanto, prefiro focar minhas reflexões em outras áreas, a demonização do homem já está presente em todos os cantos da mídia, novelas, filmes, seriados, livros e internet.

Sobre a amizade masculina, dificilmente mudarei minha opinião. Os homens são menos amigos do que as mulheres. Minha vontade, de verdade, era escrever que os homens são mais amigos que as mulheres. Só que isso atualmente, é uma mentira. O momento em que estamos vivendo favorece este tipo de crítica, ou seja, não vou dizer que os homens nunca foram mais amigos do que as mulheres, mas atualmente, eles estão cada vez menos amigos.

A superioridade da amizade masculina atualmente é um clichê feminino. A maioria das mulheres que possuem muitos amigos são bonitas ou gostosas. Podem reparar nisso. Essas mulheres criam um harém de homens apaixonados platonicamente por elas, que as desejam sexualmente e isso matém a amizade e os interesses dos amigos por ela vivos. Os amigos em geral querem transar com as amigas, mas reprimem esse sentimento, na espera platônica da revelação de um interesse da mulher.

Os homens só são amigos de verdade de mulheres que eles não sentem atração sexual, ou não pretendem qualquer tipo de relacionamento. As mulheres não são iludidas. Elas sabem muito bem que a maioria dos amigos a amam ou possuem um desejo sexual por elas. O que elas fazem? Negam totalmente o desejo sexual dos amigos e os tratam como se fossem inofensivos. É a velha história, o namorado de uma mulher sabe mais do que ela quando algum homem está tentando assediá-la. Ou seja, a mulher age como se fosse desentendida o tempo inteiro para manter o harém de homens apaixonados por ela.

As mulheres exaltam hipocritamente a superioridade da amizade masculina, pois isso é cômodo para elas. A amizade masculina não é superior para as mulheres. A mulher exalta a amizade masculina porque essa amizade é vantajosa para o narcisismo dela, faz muito mais bem ao ego dela do que a amizade feminina. Elas são amadas e sabem disso, e usam esta amizade como desculpa para nunca retribuir o amor dos amigos que as amam secretamente. A mulher mantém um titular, que é o namorado ou marido, e mantém uma horda de reservas, que são todos os amigos dela.

Mas se as mulheres são tão competitivas, como elas poderiam ser mais amigas? Pelo fato de que elas competem por coisas simbólicas. As mulheres competem por status, que é uma virtualidade. Alguns vão dizer, não, você está errado, elas competem pelos homens destacados. Mas isso também é uma ilusão. As mulheres competem pelo status de mulher mais desejada pelo homem destacado, e não pelo homem em si.

As amizades femininas são mais fáceis do que as masculinas porque as mulheres valorizam pouquíssimo os homens. Se elas supervalorizassem o corpo dos homens, assim como os homens supervalorizam o corpo delas, e os amassem realmente pelo que eles são, veríamos disputas agressivas e assédio moral sendo praticados frequentemente pelas mulheres. Mas é extremamente raro uma mulher brigar por homem, eu nunca presenciei na minha vida uma briga de mulher por causa de um homem. Cansei de ver homens brigando por causa de mulheres.

Uma coisa que admiro nas mulheres é que elas competem sem o uso da violência física, ou da agressão moral. Já tais situações são extremamente comuns no meio masculino. Porque os homens seriam mais amigos? Apenas porque fazem mais atividades juntos, como sair, beber, praticar esportes? A linha entre o respeito e agressão na amizade masculina é extremamente frágil, e isso prova que a amizade masculina é um efeito da identificação de grupo.

Sim, os homens são muito unidos enquanto valorizam as mesmas coisas. Mas a minha tese é que os homens são menos amigos quando lutam por objetos reais, como dinheiro, posses e mulher. A competição masculina é violenta. Não vou dizer que os homens nunca foram melhores amigos, mas a medida em que as mulheres ganharam poder e os homens perderam poder, a amizade masculina tornou-se cada vez mais difícil. O homem sem poder, torna-se inseguro, estressado, angustiado, desconta a tensão dele na sociedade e vê os outros homens como potenciais inimigos.

Ou seja, antigamente os homens eram mais amigos porque eles não competiam tanto pelas mulheres, uma vez que tinham mais poder e eram mais valorizados. Mas a medida que a mulher se tornou independente, e toda essa liberdade sexual escancarou o elitismo social no âmbito da sexualidade, aumentou absurdamente a rivalidade masculina. Os homens vivem em uma tensão contínua, pois todos os outros homens são potenciais rivais numa sociedade aonde poucos possuem valor e a maioria dos homens são desvalorizados. Uma hora o contraste de poder entre os homens será tão intenso, que criará uma rivalidade arruinadora de todas as amizades.

Os homens atualmente estão paranóicos nos relacionamentos, pois supervalorizam a mulher e sabem que possuem pouquíssimo valor. Não é surpreendente que estes homens utilizem cada vez mais a agressividade como meio desastroso de auto-afirmação. Eles se tornam nervosos, estressados e ficam longe das amizades, criam uma redoma de proteção para a mulher supervalorizada deles. O nível de tensão absurdamente alto fará com que cada vez mais a amizade masculina seja rara, os homens estarão tão obcecados pelo poder e tão angustiados com a instabilidade deles nos relacionamentos, que dificilmente conseguirão encarar outros homens e até mesmo amigos como pessoas que não representem qualquer ameaça.

As mulheres serão cada vez mais amigas, pois possuem tanto poder e os homens são tão inseguros, que elas não brigarão entre elas por causa deste homem. A amizade feminina atualmente está se tornando mais sólida do que a amizade masculina, simplesmente porque o elemento tensional não existe no meio feminino ou este elemento é algo abstrato, como o status. As mulheres adoram competição, pois sabem que a competição feminina produz emoções e poucos riscos. Os homens são o contrário. Eles gostam de paz e fogem da competição, pois eles sabem que a competição masculina é muito agressiva.

Não vemos em lugar algum, mulheres reclamando das outras, porque a baranga, promíscua, a interesseira conseguiu um cara legal. São os homens que discutem exaustivamente o porquê delas valorizarem os cafajestes. As mulheres não odeiam as outras como as pessoas geralmente pensam, simplesmente porque elas possuem fartura de homens disponíveis quando são novas. Quando envelhecem que elas ficam mais ressentidas, mas isso é porque elas contabilizam os efeitos colaterais das escolhas erradas que fizeram.

A situação do homem está muito complicada hoje em dia. E a maioria dos homens não possuem consciência plena disso, pois estão alienados num falso mito de solidariedade masculina. Agora eu quero saber em que sentido os homens estariam mais amigos, sendo que eles competem de maneira tão violenta e paranóica atualmente? Os homens estão cada vez mais amigos das mulheres, pois elas são os seres que eles valorizam cada vez mais. Mas estão cada vez mais inimigos entre si.


domingo, 14 de julho de 2013

Secularismo, finitude e a perda dos valores morais

É extremamente difícil falar sobre os assuntos desse blog. Mas não por causa do politicamente correto, não tenho o menor receito em tocar nesses assuntos, e sim por causa da ética secular. Segundo essa ética devemos fazer tudo antes de morrer. A vida está passando e a única certeza que as pessoas tem é de que elas vão morrer. Inevitavelmente.

Esse pensamento de finitude radical é a razão de todo relativismo moral. Quando uma pessoa usa este argumento ganha qualquer discussão. Por que ela vai evitar todos os prazeres e desejos da vida, se ela tem certeza absoluta de que vai morrer e tudo acabará? A vida dela segue uma lógica de aproveitamento, nenhuma moral pode impedir as pessoas de viverem a vida.

Querem um exemplo do ápice deste pensamento de finitude. Nietzsche. Ele é o autor desse pragmatismo radical que exalta todas as experiências hedonistas. Segundo ele não podemos negar nenhuma experiência prazerosa em prol de uma moral religiosa ou crença metafísica. O ser humano viveria conforme as próprias necessidades e paixões, ele praticamente seguiria fielmente tudo que os seus instintos promovessem.

Junto a ele temos o secularismo. Secularismo significa a fragmentação de tradições religiosas e a banalização das mesmas. Secularismo consiste na "mundanização da religião". Afirma-se o direito de ser livre do julgo e ensinamento religioso dentre o povo de um Estado. Uma das consequências do secularismo é o liberalismo, pois a ética não é mais norteada pelos valores espirituais da religião, mas sim pelos interesses egoístas e imediatos do ser humano. Ainda que o homem secular acredite em Deus, ele vive como se Ele não existisse. Portanto o homem secular é indiferente as consequências éticas da idéia de Deus.

Os religiosos também podem ser "seculares", em uma sociedade não existem diferenças consideráveis entre uma pessoa religiosa e outra não. Ambas fazem a mesma coisa, só que a pessoa religiosa frequenta o culto aos domingos. No secularismo o social e coletivo perdem a importância e as pretensões individuais ganham importância máxima! O poder e o prazer se tornam objetivos básicos da sociedade secular, e se busca prazer e poder em prol do próprio bem e não do bem coletivo.

Isso é inevitável, as leis jurídicas não educam uma sociedade nesse sentido. O que elas fazem é criar deveres e proibições que são insuficientes para produzir os efeitos de solidariedade social. O estado jamais fará a função da religião, por isso as éticas religiosas cumpriam bem o papel deixado pelas lacunas da lei jurídica. O secularismo acabou com as referências éticas da religião e deixou a sociedade órfão de boas referências. Isso significa que a educação se tornou um grande problema nas sociedades seculares.

Para a religião, se a natureza humana não for limitada de alguma forma, ela se destruirá. A religião não acredita no bom senso do ser humano. É justamente por isso que ela parece tão controladora, pois a liberdade secular supõe que os seres humanos sabem fazer bom uso de sua liberdade. Para os acadêmicos, toda a tradição ocidental é vista como opressora, então o secularismo seria aquilo que nos libertaria da opressão e tradição religiosa. Mas em nenhum momento foi discutido a importância da religião.

A idéia de uma sociedade autônoma, sendo limitada apelas pelo poder do Estado fracassou. A ética social está acima das leis jurídicas. Nenhuma lei jurídica pode ensinar o homem a ser fiel a sua esposa. Nenhuma lei jurídica ensina os filhos a obedecerem os pais, pelo contrário, ela pune os pais que tentam criar filhos obedientes. O alcance ético das leis jurídicas em sí é muito precário, por isso a religião tinha a função de fornecer referências fundamentais para o dia a dia.

Mas a  religião seria uma forma de censura que impediria as pessoas de curtirem sua vida finita da melhor maneira possível. E esse blog, seria tão chato quanto ela, pois estaria impedindo as pessoas de curtirem sua finitude. Não posso contradizer tudo que já escrevi apenas para agradar a ética secular. A sociedade de hoje perdeu o norte e tomou o excesso como parâmetro de felicidade. As pessoas buscam mais e mais e se esquecem que o excesso não tem limite. Uma hora a pessoa entra numa loucura e não consegue mais sair dela, quantos famosos se mataram nestes últimos anos? Uma coisa é aproveitar a vida, outra é criar uma ilusão de que o excesso e o imediatismo seriam o conceito de uma vida melhor aproveitada.

E você, também é uma pessoa Carpe Diem?


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Toda mulher heterosexual é machista

Meus posts devem ser lidos sob a perspectiva do humor e da solidariedade, jamais da revolta.
Minhas críticas não se aplicam às mulheres sinceras e honestas.

Está na moda, marcha das vadias. Aparentemente com o objetivo de lutar contra o machismo, mas lamento informar que esse não é o verdadeiro motivo dessa marcha. A marcha das vadias é isso: a defesa de uma sociedade de mulheres infantilizadas, que querem uma vida sem riscos e sem responsabilidades. O feminismo quer acabar com toda a responsabilidade feminina e tornar as mulheres eternas crianças. A marcha das vadias é uma volta a infância.

Se vocês repararem bem, (a maioria) das mulheres de hoje possuem todas as características de uma criança. A criança não tem responsabilidade, logo ela pode errar de maneira ilimitada, que ainda sim, merecerá ter tudo e ser feliz. A mulher moderna exige dos homens a mesma coisa, o direito ilimitado ao erro, e depois de todos os erros do mundo, a mulher ainda terá que ser tratada como uma criança inocente, que errou porque não tinha noção das coisas ou porque foi vítima da sociedade e do machismo. Se a criança erra, a culpa é dos pais que a educaram mal. Se a mulher erra, a culpa é do machismo, da sociedade, do Estado, da pressão do mundo.

"Entre o certo e o errado, eu escolho o que me faz feliz."

Quantas vezes essa frase apareceu, e logo abaixo uma foto do instagram. As mulheres querem se amparar em uma desculpa para ser feliz para que possam cometer qualquer tipo de erro, principalmente no campo amoroso, e ainda sim terem sempre uma justificativa: ela errou porque é ingênua, ela errou porque se apaixona fácil, ela errou porque é emotiva, ela errou porque é vítima da criação machista.

O interessante disso tudo é que tais mulheres infantilizadas mantém todos os benefícios dos adultos, ou seja, elas podem fazer coisas normais que todos adultos fazem, porém elas não assumem as responsabilidades dos adultos e precisam ser sempre amparadas, perdoadas e compreendidas de maneira ilimitada.

As feministas não lutam contra o machismo, mas contra a falta de uma ou outra vantagem dentro dele. Toda mulher heterosexual é machista, mas é um machismo utilitarista, um machismo vantajoso e lucrativo para elas, no dia que um homem pobre tiver tanto valor como um homem rico, talvez o feminismo ganhe alguma credibilidade, mas este dia nunca vai chegar. Se as feministas querem ter coerência, então elas precisam criticar os padrões machistas das mulheres de hoje. Nunca vi um artigo, nem passeata criticando a cultura da pegada ou da super valorização dos cafajestes. Isso prova que elas são incapazes de criticar o machismo das mulheres, visto que elas acham esse machismo divertido e lucrativo para elas. Quando o machismo vira lazer psicológico para a mulher perde o significado negativo.

O feminismo da mulher moderna é isso: o homem continuará sendo um provedor como ele sempre foi, mas agora ele será um provedor de uma mulher promíscua e infantilizada, pois atualmente é proibido criticar as mulheres que se comportam de maneira vulgar e irresponsável no âmbito da sexualidade. Se o feminismo não critica o machismo, então esse movimento é uma apologia ao utilitarismo feminino. O machismo continua.

Elas só reconhecem o machismo em situações estigmatizadas, se a mulher quer um homem rico, forte ou destacado, ela não é machista, mas se ela é dona de casa, ela é machista. A dona de casa é um estigma, e nesse caso, o argumento da liberdade de escolha não vale. Mas a liberdade de escolha vale como argumento quando a mulher escolhe um homem rico. O que elas entendem como vantagem dentro do machismo, defendem e apoiam hipocritamente como liberdade de escolha.

As feministas criticam os estigmas históricos que teoricamente rebaixam a mulher, mas elas são incapazes de criticar a parte lucrativa do machismo nas mulheres. O feminismo não luta contra o provedorismo, e isso prova que esse movimento é apenas uma apologia camuflada de uma vida mais fácil para as mulheres.

A única diferença do machismo utilitarista das mulheres de hoje para o machismo tradicional do passado é que hoje elas adicionaram o lucro da promiscuidade, ou seja, elas querem ter todas as vantagens do machismo mais os direitos da promiscuidade feminina. As mulheres heterosexuais só querem ser promíscuas e não querem ser julgadas por isso (justo), mas são machistas em todos os outros aspectos.

O truque da mulher moderna é chamar o machismo utilitarista dela de liberdade de escolha, ou liberdade de expressão. Ou seja, a mulher sempre camufla os interesses lucrativos dela com clichês politicamente corretos. Porque ela não reconhece logo que ela quer o homem mais rico e destacado? Para que inventar falsas desculpas para justificar um padrão da natureza? Engraçado elas tentarem esconder os padrões machistas inatos delas com as desculpas mais esfarrapadas possíveis. E o mais curioso é que a liberdade de escolha delas sempre aponta para padrões dominantes. Não vemos a liberdade de escolha das mulheres em afirmar padrões acessíveis e saudáveis.

Não existe feminina heterosexual coerente. Todas feministas heterosexuais querem homens dominantes, nenhuma escapa deste paradigma. Elas sempre vão usar desculpas para justificar a atração que sentem por homens dominantes e poderosos. Por que elas reclamam tanto do machismo então? Pois elas ainda não conseguiram a garantia do lucro máximo dentro do machismo utilitarista delas. O que seria a garantia de lucro máximo? Essa garantia é a aceitação total e absoluta da promiscuidade feminina. Quando isso acontecer, quando a última responsabilidade que ainda cabe as mulheres, discernimento no campo amoroso, acabar, ai elas vão ter voltado para o jardim de infância.

Terão todos privilégios possíveis de uma sociedade secular, do machismo e estarão isentas de todos os erros. E é isso que o feminismo atualmente quer, já foi-se o tempo das lutas por igualdade entre os sexos, mulheres já votam, trabalham com os mesmos salários, escolhem quando e se vão ter filhos, se vão ou não casar, tem a sua liberdade sexual (mais do que exagerada, ligue a TV à tarde mesmo e você verá). O feminismo agora quer uma vida cheia de lucros e facilidades para as mulheres, isenta de erros e responsabilidades.

E você, paspalho, que apoia ele, pinta no peito "O machismo mata, o feminismo liberta" e sai na rua para cavar sua própria cova, pergunta se as feministas fariam isso por nós.